Os cinco desafios da nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, à frente da estatal
Após meses de desgaste, Jean Paul Prates, foi demitido do comando da Petrobras nesta terça-feira à noite pelo presidente Lula. Quem vai assumir o cargo é Magda Chambriard, que foi diretora geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre 2012 e 2016, durante os governos da ex-presidente Dilma Rousseff.
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O anúncio da saída de Prates levou a uma forte queda dos recibos de ações da Petrobras negociados em Nova York nas negociações posteriores ao fechamento das Bolsas. E a sucessão na estatal estará no centro das atenções dos analistas do mercado financeiro nesta quarta-feira.
Segunda mulher a assumir o comando da estatal depois de Graça Foster - que foi presidente da Petrobras entre 2012 e 2015 - Magda era funcionária de carreira da estatal, onde trabalhou por 22 anos, antes de ingressar na ANP.
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De volta à casa, a engenheira terá como missão mostrar ao governo que vai elevar os investimentos da Petrobras na velocidade que Lula quer para ampliar a geração de empregos no país e evitar alta nos preços dos combustíveis seguindo a orientação de Brasília.
Ao mesmo tempo, terá o desafio de conciliar esses objetivos com a sustentabilidade financeira da empresa, para manter a confiança dos analistas do mercado financeiro. Veja, abaixo, os cinco principais desafios da nova presidente da Petrobras
Obras
Um dos desafios de Magda no comando da estatal é reavaliar o plano de negócios da estatal para os anos de 2025 a 2029, que já estava sendo elaborado pela atual gestão. O plano atual é de US$ 102 bilhões e engloba os anos de 2024 a 2028.
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Uma de suas missões é acelerar o ritmos das obras para gerar mais empregos, sobretudo no setor naval, uma das queixas do presidente Lula. Além disso, precisa olhar para a ampliação dos investimentos em refino e fontes renováveis. Lula também queria mais celeridade nos projetos de fertilizantes, já que as principais fábricas do setor no país estão com atividades suspensas.
Preços
Outro tema que vai exigir atenção é em relação aos preços dos combustíveis. Quando Chambriard estava no comando da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a presidente da Petrobras era Graça Foster, a estatal segurou os preços da gasolina e do diesel por tempo demais. Quando os preços subiram, Graça foi demitida.
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Chambriard chegou a confidenciar que Graça havia segurado os preços por tempo demais. Defensora do papel social da estatal, a dúvida é como Magda vai equilibrar a necessidade de caixa da petrolífera com o objetivo do governo de manter os preços baixos.
Gás
Magda é uma defensora da ampliação do uso do gás no Brasil para a indústria. Por isso, deve se debruçar em ampliar as apostas no segmento, mas vai esbarrar nas vendas de subsidiárias e ativos que a estatal fez durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando a companhia se desfez de redes de gasodutos como TAG e NTS. Magda já criticou o processo de venda dos ativos da companhia, pois considera a Petrobras uma espécie de "maestro" do setor.
Margem Equatorial
Magda vinha criticando nas redes sociais o atraso na concessão de licença do Ibama para permitir que a estatal inicie a exploração na Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Responsável por ampliar os estudos e exploração de áreas de novas fronteiras no país quando estava na ANP, ela deve aumentar as pressões no governo para o início da atividade na região, considerada o novo pré-sal, dado o seu potencial.
Mercado financeiro
Magda pode enfrentar resistência do mercado financeiro em sua chegada. Com o anúncio da saída de Prates, os recibos de ações em NY registraram queda na noite de terça-feira. Um de seus desafios será aumentar o canal de comunicação com bancos e analistas para vencer a desconfiança e permitir que a companhia mantenha suas ações em alta no mercado.
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Além disso, vai precisar apontar suas intenções em relação à atual política de dividendos (parcela do lucro da empresa que é distribuída aos acionistas).
Durante o governo Bolsonaro, a Petrobras foi recordista mundial na distribuição de lucros a acionistas. Prates mudou a política de dividendos, mas ainda assim o tema foi alvo de embate com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
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